Pela “arte móvel”, Famalicão forma artistas da mecânica

Em 2014, nascia o Museu do Automóvel de Famalicão. Na altura, dois pontos em comum: Paulo Cunha fazia a inauguração e o director do Museu, Pinto da Fonseca, sonhava com uma escola automóvel. Volvidos três anos, os dois reúnem-se para cumprir o desejo do director. O novo equipamento de formação de artistas da mecânica, instalado no Museu, é para o presidente do município famalicense, “uma mais-valia para a formação dos alunos e para a dinamização do ramo automóvel no concelho”.

Mas foi o director do espaço que abriu as hostilidades na hora da assinatura do protocolo. Câmara Municipal de Famalicão, Cooperativa CIOR e o Museu do Automóvel de Famalicão estão juntas num projecto que pretende “capacitar os alunos para a reparação de carros que são arte móvel, um mercado em expansão”. Até porque, numa primeira fase, será o museu a fornecer os carros para restauro, mas “está em cima da mesa” a possibilidade do espaço trabalhar como oficina de restauro de carros de particulares”, revelou, Pinto da Fonseca.

Reparação de travões, freios e motores são alguns dos ensinamentos que são passados aos alunos de Mecatrónica da Escola Profissional CIOR, em Famalicão. Desde o 10º ano que estes têm aulas para aprenderem a efectuar todo o tipo de reparações em automóveis. O professor Miguel Fernandes é o responsável por passar conhecimentos. “Eles trabalham nisto desde o 10º até ao 12º ano. No fim dos três anos, todos têm que apresentar um trabalho final, que tanto pode ser a reparação de um motor como a reparação total de um automóvel”. O restauro de uma viatura pode demorar entre um e sete anos, “tudo depende do estado em que está”. Muitas das vezes, a intervenção num automóvel é feita por diferentes gerações de alunos que vão dando continuidade ao trabalho.

No final do curso, o estágio numa empresa é obrigatório. Os melhores podem ir para Itália. Há até casos de alunos que acabaram por ficar na Ferrari. Muitos dos que ficam por terras portuguesas acabam por fazer estágio em manutenção industrial, na empresa Continental, e “alguns acabam por assinar contrato”, reitera, Amadeu Diniz, director da Escola CIOR. Muito do que será feito em contexto de aula tem que ver com o restauro de carros antigos. Amadeu Diniz considera que “há um défice de mecânicos capazes de fazer a manutenção de clássicos, e que uma formação mais aprofundada dessa área poderá resultar em mais trabalho para os seus alunos. “A formação neste ramo é escassa. Se eles saírem daqui bem preparados, podem assumir funções numa oficina de carros antigos”.

As “excelentes instalações” da Escola de Restauro Automóvel facilitam o trabalho dos alunos. “O espaço fantástico que reúne todas as condições”, resulta de um investimento por parte das empresas que colaboram com o Museu Automóvel e até mesmo do próprio museu. A Câmara Municipal disponibiliza o autocarro que transporta os alunos, o que “já é uma grande ajuda”. 

Redação
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