Polícia Municipal barrou entradas na visita à Confiança

A Comissão Parlamentar de Cultura convidou os elementos da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança para a visita que ontem aconteceu ao espaço, mas a Polícia Municipal não deixou que os elementos da plataforma entrassem no espaço. O momento caricato aconteceu minutos antes da entrada da Comissão constituída por 12 deputados.
Além dos doze deputados que integram o grupo de trabalho, os deputados eleitos pelo distrito de Braga foram convidados a integrar a visita, e foram vários os que compareceram, mas, enquanto que os deputados foram todos autorizados a entrar, o mesmo não aconteceu com os elementos da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, que também tinham recebido convite. Acabariam por ficar à porta do imóvel, por ordem da Polícia Municipal de Braga, que controlou a entrada. Aliás, a própria comunicação social teve de se insurgir para conseguir entrar. Apesar de ter sido convidada a acompanhar o momento, as preocupações com a segurança dos elementos que entrariam no edifício degragado foram a justificação apresentada. Os capacetes e coletes disponibilizados pela autarquia não chegavam para todos os elementos. Ainda assim, e depois de um curto diálogo entre a Presidente da Comissão Parlamentar e a chefe de gabinete de Ricardo Rio, os jornalistas e fotojornalistas lá receberam autorização para entrar. Do lado de fora, além de vários elementos da Plataforma, ficaram ainda deputados municipais e o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, Ricardo Silva.
No interior do edifício, os deputados da comissão observaram atentamente todas as áreas onde estava autorizada a passagem em segurança, questionaram e receberam informações sobre o edifício, sobretudo do docente e investigador da UMinho, especialista em património industrial, José Manuel Lopes Cordeiro. A chefe de gabinete de Ricardo Rio fez também pequenas intervenções cabendo sobretudo ao investigador uma explicação mais clara sobre o historial daquele edifício.
Entrada barrada indigna Plataforma Salvar a Fábrica Confiança
Luís Tarroso Gomes, o rosto mais conhecido desta plataforma, não escondeu a indignação pelo sucedido. A Plataforma, que tinha reunião marcada (e reuniu) depois da visita com a Comissão, tinha sido convidada a integrar o grupo no percurso pelo interior da antiga fábrica, mas não foi autorizada a entrar.
“Acho estranhíssimo que se proíba, por exemplo, o presidente da junta daquela freguesia de entrar e de participar na visita. Entraram senhores deputados que não estavam na lista da comissão, portanto entrou mais gente do que aquela que estava prevista, portanto as razões que alegadamente se referem quanto à segurança pelos vistos não foram cumpridas quanto a todos, foram cirurgicamente escolhidos”, considerou Luís Tarroso Gomes.
Presidente da Junta de Freguesia de S. Victor também ficou à porta
Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor também não teve oportunidade de integrar a comitiva que visitou o espaço. Ainda assim, em declarações à RUM, o presidente da Junta de Freguesia referiu que o mais importante era expôr à comissão a posição da junta de freguesia, algo que conseguiu fazer com facilidade na reunião que decorreu já depois da visita, no Altice FORUM Braga. Ricardo Silva explicou que “não estava à espera que as pessoas ficassem cá fora”, mas uma vez que não solicitou autorização ao proprietário do edifício, acatou de forma pacífica a ordem da Polícia Municipal de Braga.
