Políticos bracarenses recordam Raúl Peixoto

O antigo deputado da Assembleia Municipal de Braga Raúl Peixoto faleceu esta sexta-feira, vítima de doença prolongada. Tinha 75 anos. 

Foi um dos principais responsáveis pela implementação da democracia no concelho de Braga, tendo sido eleito pela primeira vez para a Assembleia Municipal de Braga no ano de 1976, aquando das primeiras eleições autárquicas.

O também advogado bracarense era conhecido com um homem “combativo e íntegro” que sempre soube ocupar o seu lugar a servir Braga e os bracarenses.

“Uma notícia que nos deixa muito abalados” – Carlos Almeida, CDU

A RUM tem ouvido alguns dos políticos que com ele se cruzaram. Emocionado, Carlos Almeida, vereador da CDU na Câmara Municipal de Braga há dois mandatos consecutivos e pessoa muito próxima de Raúl Peixoto fala numa perda significativa para a cidade, para o país e para o partido. “É uma notícia que nos deixa muito abalados, representa uma perda muito significativa. Lutou pela concretização dos ideiais de democracia e liberdade, ideiais que perseguiu durante toda a sua vida”, recordou.

Raúl Peixoto foi homenageado com a medalha de ouro da cidade de Braga em 2017, aquando da sua despedida da Assembleia Municipal de Braga e onde foi aplaudido de pé por todas as bancadas. Um gesto que “comprova” a personalidade de Raúl Peixoto. “Esse reconhecimento é bastante revelador da sensibilidade com que Raúl Peixoto conseguia afirmar as suas convicções. Com persistência é verdade, com muita entrega, mas sempre na procura de soluções, de consensos”, vincou Carlos Almeida, lembrando também “a forma como o antigo deputado dedicou muito do seu tempo à causa pública”.

“Um defensor intransigente de Braga”, lembra Mesquita Machado

Mesquita Machado, autarca ao longo de 37 anos, e eleito pela primeira vez presidente de câmara no ano em que Raúl Peixoto foi eleito deputado municipal pela CDU, recorda Raúl Peixoto como “um defensor intransigente de Braga”. Conheceram-se ainda enquanto estudantes no Liceu Sá de Miranda. O antigo autarca socialista recorda “um grande democrata, uma figura de oposição ao regime deposto em 25 de Abril de 1974 e, acima de tudo, uma pessoa que gostava muito de Braga, sempre um defensor intransigente de tudo o que dissesse respeito a Braga”.

 O socialista recordou também a convivência com Raúl Peixoto na Assembleia Municipal, um no poder e outro do lado da oposição. “Posso testemunhar todo o seu empenho nos assuntos relacionados com Braga. Esperemos que as gerações futuras sigam o seu exemplo do ponto de vista cívico”, diz.

“Uma perda para a democracia bracarense”, defende Ricardo Rio

Tambem Ricardo Rio, actual presidente da Câmara Municipal de Braga, considera o desaparecimento de Raúl Peixoto “uma perda para a democracia bracarense”. 

O social democrata cruzou-se com o comunista enquanto deputado municipal, mas também enquanto vereador na oposição e mais recentemente enquanto presidente de câmara. “Recordo a sua seriedade, a sua dedicação à causa pública e, em muitas ocasiões, o seu bom senso como elemento apaziguador de vários conflitos que se geravam”, referiu. O presidente do município bracarense afirma que se trata de “uma personalidade que deixa muito gratas memórias”.

Raúl Peixoto vai estar hoje no tanatório de Braga, onde vai ser cremado amanhã, pelas 11h30.