Professor da UMinho analisa Nobel da Economia

O Prémio Nobel da Economia foi atribuído, esta segunda-feira, a William Nordhaus, pela integração das questões do clima no crescimento económico, e a Paul Romer por trabalhos de inovação tecnológica no crescimento económico.
A Universitária ouviu o professor de Economia da Universidade do Minho, Luís Aguiar Conraria, que afirmou já estar à espera destas escolhas devido à dedicação dos galardoados durante décadas às suas causas. Logo, acredita que “não vai ser um prémio com polémica”.
“Nordhaus começou a trabalhar nesta questão do clima nos anos 70. Foi um visionário. Basicamente, incorporou nos modelos de crescimento económico questões climáticas e para isso ligou dados das áreas da Química e Física. Hoje são muito utilizados no nosso dia-a-dia, por exemplo, para avaliar o imposto óptimo sobre o carbono, se devemos ter mercado de carbono e, claro, o imposto sobre produtos petrolíferos”, refere.
No que toca a Paul Romer, outra investigação a longo prazo, este conseguiu incorporar nos modelos de crescimento económico a inovação tecnológica. Ou seja, Romer estudou “como o mercado e a própria evolução da economia determinam em que direcção vai a inovação tecnológica”, explica o professor.
Os dois economistas vão receber um prémio no valor de 9 milhões de coroas suecas (cerca de 870 mil euros).
O prémio, que não constava do grupo original das cinco categorias dos Nobel determinadas pelo testamento de Alfred Nobel em 1895, foi estabelecido em 1968.
Vencedores de outras categorias
O Nobel da Paz foi atribuído a Denis Mukwege e Nadia Murad, pelo trabalho desenvolvido na erradicação da violência sexual como arma de guerra.
O Nobel da Medicina foi atribuído ao norte-americano James P. Allison e ao japonês Tasuku Honjo, investigadores que desenvolveram “descobertas na área da terapia do cancro pela inibição da regulação imunológica negativa”.
O Nobel da Física foi atribuído a Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland por “invenções inovadoras no campo da física lasers”.
O Prémio Nobel da Química foi atribuído a Frances H. Arnold, George P. Smith e Sir Gregory P. Winter pela utilização dos princípios da evolução para desenvolver proteínas que resolvem os problemas químicos da humanidade.
O Prémio Nobel da Literatura não será entregue este ano, na sequência de um escândalo sexual dentro da Academia Sueca, que, anualmente, escolhe o vencedor. Jean-Claude Arnault foi condenado a dois anos de prisão por violação.
Recorde-se que todos os prémios serão entregues a 10 de dezembro, aniversário da morte do magnata sueco fundador do galardão, Alfred Nobel (1833-1896), químico e inventor da dinamite.
Áudio:
Analise do professor de Economia da UMinho, Luís Aguiar Conraria.
