Quadrilátero pode ser mais ousado nas apostas culturais

A vereadora da Cultura em Guimarães defende o fortalecimento da relação entre os municípios do quadrilátero urbano [Guimarães, Braga, Famalicão e Barcelos) para trazer novos espectáculos, mais exigentes financeiramente, e que possam ser repartidos pelos quatro municípios que de outra forma nunca terão capacidade para os receber.

Esta terça-feira, em entrevista ao programa Campus Verbal, Adelina Paula Pinto reconheceu que o festival de circo contemporâneo Vaudeville Rendez Vous “é um exemplo positivo” que deve ser seguido para outras propostas culturais. “As cidades do quatrilátero têm mostrado que na cultura estão muito mais atentas, muito mais activas e acho que é fundamental, temos todos a ganhar, e temos tentado trabalhar muito em conjunto e temos de avançar para novas gravações”, atestou a responsável.

A vereadora da Cultura no município vimaranense deu exemplos de apostas que apenas resultariam com uma união entre os municípios e assume que “é impensável Guimarães fazer uma ópera, pelos valores financeiros que envolve, pelo que custa a colocar no terreno e por não ter capacidade de angariar tanto público para isso, mas pode ser um evento pensado por quatro cidades e só temos todos a ganhar”.

Adelina Paula Pinto acredita “num eixo programático muito mais conciliado”, que começou com o cartão do quadrilátero mas que pode ir ainda mais longe. “Fazer uma programação para quatro cidades diminui custos e podemos colocar-nos ao nível do Porto, de Lisboa e de outras cidades da Europa”, diz.

Os programadores culturais dos quatro municípios têm reunido mais vezes no sentido de estudar uma programação mais apoiada. Adelina Paula Pinto reconhece que é um trabalho “muito lento” porque as cidades “foram criadas  a olhar muito para dentro e para os seus espaços”, mas sugere mais “ousadia para entrar em conceitos diferenciadores”.