“Qualquer dia temos uma sede a cair-nos na cabeça”

Os estudantes da Universidade do Minho exigiram hoje um “compromisso sério” por parte dos governantes nacionais e locais. Ao longo desta tarde de quarta-feira a cidade de Braga acolhe o cortejo académico.
Ora, Nuno Reis, presidente da AAUM afirma que é preciso assumir responsabilidades e não adiar a resolução de problemas há muito identificados, mas que continuam sem solução.
A sede da AAUM está há décadas num edifício da Rua D. Pedro V. A nova sede é referida há quase vinte anos como uma necessidade. Nuno Reis avisa que é cada vez mais urgente tomar uma atitude conjunta. “A nova sede é o compromisso que nos falta a nível local. Precisamos de facto de um espaço, identificamos aquele local junto ao antigo Hospital Psiquiátrico, mas uma vez mais falta um compromisso político claro do reitor da Universidade do Minho e do presidente da Câmara Municipal de Braga”, vincou hoje Nuno Reis, apesar de reconhecer que “estão empenhados em encontrar soluções”. “Ainda não criaram um compromisso real e acho que é o momento de pedir esse compromisso. É urgente e qualquer dia temos uma sede a cair-nos na cabeça”, avisou.
Também na emissão da RUM esta tarde a partir do centro da cidade de Braga estiveram responsáveis políticos locais. O presidente da CMB, Ricardo Rio, reconheceu que a situação actual da rua D. Pedro V é “insustentável” e que a nova sede “deve envolver todos os parceiros”. “Para lá da falta de condições, os próprios moradores começam a ter uma panóplia de queixas exagerada face àquilo que são as condicionantes da actividade ali realizada e portanto estamos muito empenhados em conseguir encontrar essa solução e que tão cedo quanto possível possa passar da vontade para a realidade”, concluiu.
“Esta juventude é a garantia do nosso futuro” – Ricardo Rio
Ricardo Rio afirmou ainda que a cidade de Braga espera que estes jovens da UMinho, oriundos de diferentes pontos do país e do Minho em geral se fixem neste território. “A UMinho é uma das principais fontes de rejuvenescimento da cidade porque são os estudantes que acabam por se fixar na cidade e assegurar o crescimento natural que a cidade vai tendo com o número de nascimentos acima da média nacional. Esta juventude é a garantia do nosso futuro”, defendeu.
“Braga e Guimarães têm sempre de se sentir cidades universitárias” – Adelina Paula Pinto
Adelina Paula Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães afirma que as duas cidades que acolhem a UMinho “só se podem sentir cidades universitárias”. A responsável considera que o reforço de jovens nas cidades é essencial e admite que estes anos de universidade “são muito importantes na vida de qualquer jovem” sendo por isso “muito normal que depois fiquem a viver nas cidades que os acolhem”. “Não é à toa que cidades como Lisboa e Porto foram crescendo, isso tem muito a ver com o contexto universitário. Todos nós queremos mais população e queremos população qualificada. É importante ao nível do desenvolvimento da cidade que vive também enquanto local de conhecimento”, acrescentou.
Áudio:
Nuno Reis (AAUM) Ricardo Rio (CMB) e Adelina Paula Pinto (CMG)
