Ricardo Rio considera “errado” fim da PPP no Hosp. de Braga

O presidente da Câmara Municipal de Braga considera que não renovar a parceria público privada com o Grupo José de Mello Saúde é uma opção “errada” do Governo.

O contrato termina em Agosto de 2019. Entretanto, o Governo não abriu um novo concurso. Hoje mesmo, a Ministra da Saúde Marta Temido revelou que o parceiro privado (Grupo José de Mello Saúde) não está interessado em prosseguir com o contrato nos moldes apresentados.

Em declarações à RUM, Ricardo Rio, autarca bracarense, aconselhou a ministra a responder de forma clara a este problema, mas foi taxativo: a parceria público privada deveria continuar. “Acabar com a parceria público-privada “seria uma opção errada” uma vez que “os resultados nas várias dimensões têm sido bastante positivos”, admitindo, no entanto, que “não são perfeitos”.”Não se percebe qual é que é a posição do governo, se é para manter ou não, e se for para manter, obviamente que o governo terá que assumir as condições de estabilidade”, acrescentou. 

Ricardo Rio avisa que “seria nocivo ter o lançamento de um concurso, um período de transição após o fim da parceria actual que voltasse para a esfera pública, e depois, a entrega do hospital ao mesmo ou a um outro parceiro privado que vencesse esse mesmo concurso”.

O Grupo José de Mello Saúde reagiu entretanto às declarações da Ministra, dizendo que está “disponível para o prolongamento do contrato, desde que esclarecidas as condições de execução do contrato e de sustentabilidade financeira”. 


O grupo parceiro do Estado na gestão daquela unidade hospitalar salienta ainda que se “orgulha do trabalho” realizado, lembrando que o Hospital de Braga está “colocado num lugar de destaque no contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.


“A José de Mello Saúde mostrou-se, desde o primeiro momento, disponível para o prolongamento do Contrato de Gestão da PPP [Parceria Público Privada] do Hospital de Braga, dentro do atual modelo contratual, desde que esclarecidas as condições de execução do contrato e de sustentabilidade financeira da parceria”, lê-se.

O grupo, segundo o que foi possível apurar “foi apanhado desprevenido” com as declarações de Marta Temido.

[Em actualização]


PCP e BE saúdam possibilidade de regresso à esfera pública


As forças parlamentares à esquerda saúdam este primeiro passo do Ministério da Saúde no sentido do regresso da gestão do Hospital de Braga à esfera pública. Carla Cruz, deputada eleita pelo PCP considera, ainda assim, que a posição da ministra Marta Temido “deve ser uma certeza e não apenas uma possibilidade”. “Não pode ser um processo transitório, mas sim definitivo”, vinca a deputada eleita por Braga.

Pedro Soares, deputado do Bloco de Esquerda, saúda a possibilidade levantada pela Ministra, lembrando que o fim desta parceria foi sempre reivindicada pelo partido. Pedro Soares recordou que o bloco já tinha aconselhado o anterior Ministro da Saúde nesta matéria. “Tendo em conta que o contrato terminaria em Agosto do próximo ano, tínhamos colocado a questão de que era altura do ministério da saúde informar o gestor privado que o Serviço Nacional de Saúde assumiria a gestão do Hospital, mas não foi esse o caminho que o ministro de então adoptou e a ideia dele foi prolongar este contrato. Hoje temos a indicação de que não há condições para fazer um novo concurso público”, lembrou. 

O bloquista considera que são “duas boas notícias para o SNS”, recordando o facto de o governo ter aprovado recentemente a construção do novo Hospital de Barcelos.


Hugo Soares, deputado do PSD considera que declarações da ministra trazem sobressalto à população


Hugo Soares, deputado do PSD eleito por Braga afirma que “é cedo para uma avaliação”, até porque ainda não foi possível perceber qual é a decisão do Governo. Ainda assim, o social democrata admite alguma “surpresa” nas declarações da ministra. “Declarações que trazem alguma surpresa, mas sobretudo preocupação. O Hospital de Braga serve milhares e milhares de pessoas, tem sido premiado pelo serviço e esta notícia não traz normalidade à população, pelo contrário, traz algum sobressalto. É preciso ver o que é que o governo quer fazer, sendo certo que há um conjunto de parcerias público privadas que fazem bem a gestão hospitalar, com bons resultados ao serviço do SNS”, defendeu.

Elsa Moura
Elsa Moura

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