Ricardo Silva deixa em aberto futuro depois de 2021

Ricardo Silva deixa em aberto o futuro enquanto autarca da freguesia de S. Victor depois de concluído o segundo mandato. O autarca independente eleito pela segunda vez com o apoio da coligação Juntos por Braga lembra que “ainda falta muito tempo até 2021”.
É público que a relação entre Ricardo Silva e Ricardo Rio já teve melhores dias. O verniz estalou aquando do anúncio de alienação da Fábrica Confiança, edifício localizado na freguesia de S. Victor. O autarca independente insiste que a venda do edifício a privados é um erro e condena a atitude da própria coligação Juntos por Braga que mudou o destino a dar ao edifício que a autarquia tinha comprado em 2011.
A Junta de Freguesia de S. Victor organizou e acolheu debates para discutir a importância e o futuro daquele edifício e bateu o pé ao poder municipal. Na assembleia municipal em que foi discutida a alienação foi ainda mais notório o azedar da relação entre as partes, com a coligação de direita, sobretudo na voz de Hugo Soares (presidente do PSD Braga) a arrasar publicamente o seu autarca eleito na maior freguesia do concelho. Alguns meses depois do sucedido, e com o futuro da Fábrica Confiança suspenso, Ricardo Silva não esconde as divisões existentes.
Questionado sobre o que irá fazer em 2021, ano das próximas eleições autárquicas, Ricardo Silva começou por recorrer à própria actualidade política nacional, referindo-se também ao que está a acontecer no interior do PSD, para explicar que “a política pode ter episódios rápidos que mudam o destino dos vários actores”. O autarca da maior freguesia de Braga diz que não está “nada preocupado com 2021”, mas sim “muito preocupado em garantir que o mandato terminará de forma serena, tranquila e com o sentimento de dever cumprido”.
“Tenho o programa eleitoral muito perto da secretária”
Ricardo Silva diz estar apenas preocupado em cumprir com o prometido aos eleitores de S. Victor. O jovem autarca admitiu ter “muito perto da secretária” o programa eleitoral, consultando-o constantemente para perceber o que está feito e o que falta fazer. “Neste momento ainda temos muita coisa que falta fazer. E ainda só vamos no plano de actividades de 2019 e todos os anos temos a preocupação de introduzir novas actividades”, referiu.
Para o autarca, “S. Victor vai em bom ritmo” e a autarquia local está “perto da população” apesar de reconhecer que “grande parte dos problemas identificados” passa apenas por um processo de mediação com o poder municipal, alundindo para a importância da transferência de várias competências para a junta de freguesia que permitiriam uma resolução mais célere.
Além disso, Ricardo Silva lembra que a questão de uma nova candidatura não tem de se colocar tendo em conta que “muita coisa poderá acontecer dentro da coligação que pode querer um candidato que possa ir ao encontro de um programa que daqui a três anos se possa apresentar como mais benéfico”. O actual presidente de S. Victor admitiu ainda que, ele próprio, daqui a três anos, “pode querer abraçar outros desafios, outra tarefa ou não ter condições físicas ou anímicas para continuar”. “Há tanta coisa que pode mudar que não queria estar a pensar no futuro a longo prazo e concentrar-me no tempo que falta”, confessou.
Questionado sobre se se sente hoje mais independente do que em 2013 quando se candidatou pela primeira vez com o apoio da coligação Juntos por Braga, Ricardo Silva insistiu que subscreve a mesma matriz: “O meu compromisso é com a freguesia, com a cidade e com a visão de cidade imbuida do espírito da coligação. É nítido que não concordamos em tudo, mas porque muitas vezes não entabolamos os diálogos necessários, ou porque as coisas vão surgindo e esquecemo-nos de olhar mais objectivamente para elas. O que quero dizer é que Ricardo Silva é o presidente da freguesia de S. Victor eleito pela coligação Juntos por Braga e é assim que vai ser até ao final do mandato”, esclareceu.
A entrevista está já disponível na página de podcast
Áudio:
Ricardo Silva foi o convidado desta terça-feira no programa de grande entrevista da RUM
