RoadShow. Projectos UMinho promovem interacção social

A segunda edição do RoadShow está de voltar e pretende aproximar a comunidade educativa da Escola Secundária de Maximinos aos estudantes cegos e com baixa visão. Uma parceria entre a Braga Media Arts e 20 alunos do Mestrado de Design de Produto de Serviços da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho.
De acordo com a professora Rita Branco, os estudantes foram desafiados a fazer cinco projectos que possibilitassem a interacção entre normovisuais e o grupo de 18 alunos cegos e com baixa visão. Os projectos desenvolvidos foram os jogos “Triângulos”, “Labirinto”, “Sense” e “Mapa Táctil Europeu”. Os últimos dois projectos foram uma horta pedagógica e um podcast.
Recorde-se que Braga é desde Novembro de 2017 designada como Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts. Uma Rede Internacional de Cidades Criativas que visa fortalecer a cooperação entre cidades que consideram a criatividade como um factor estratégico de desenvolvimento urbano sustentável com impacto social, cultural e económico.
Maria Tavares, da Braga Media Arts, afirma que este é um método que permite uma aproximação ao ensino secundário que é o próximo passo no futuro destas crianças, logo através do RoadShow passa a ater um maior conhecimento da oferta curricular que existe nas instituições próximas.
Segundo a responsável, a maior diferença desta actividade apresentada em RoadShow para as restantes edições é o facto de “aqui ter existido um trabalho participativo desde o início do segundo semestre com a comunidade”.
Já Leonardo Silva, professor do Grupo 930 responsável pelo apoio aos estudantes cegos e com baixa visão na Escola Secundária de Maximinos, garante que o produto final apresentado pelos estudantes da UMinho “excedeu as expectativas”. Na sua opinião estes cinco projectos “permitem a participação de todas as pessoas com ou sem deficiência quer seja em contexto de sala de aula como em casa”, explica.
A RUM foi conhecer os projectos dos estudantes da UMinho.
Triângulos: A ideia é que os normovisuais sejam vendados e a competir contra os cegos e estudantes com baixa visão consigam juntar nos locais o maior número possível de triângulos com várias texturas.
Labirinto: Mais uma vez os normovisuias são vendados para uma competição mais justa. Aqui o objectivo passa por com o dedo encontrar uma saída do labirinto que tem vários níveis.
Sense: Este jogo de tabuleiro conta com um dado onde está escrito, também em Braille, as quatro categorias: som, textura, cheiro e visão. Estas correspondem a cartas. Ganha quem conseguir encontrar os pares, ou seja, agregar cartas que podem se juntar através de íman.
Podcast: Mais uma vez através de um conjunto de cartas é disponibilizada toda a informação necessária para criar um podcast. Quer no que toca à criação de uma equipa como do conteúdo.
Mapa Táctil Europeu: A ideia é recriar o mapa da Europa. Todas as partes têm uma forma específica que ajuda a assimilar qual o país em questão. As peças podem ser utilizadas em aulas, uma forma dinâmica de relacionar objectos típicos ou rios ao país.
Horta pedagógica: Os estudantes deram uma nova vida à horta escolar. Estão disponíveis várias espécies de plantas que através, mais uma vez, de braille ou de karcodes para smartphones os cegos e com baixa visão podem perceber que planta estão a trabalhar. E em formato vídeo os cuidados que devem ter com aquela espécie.
Os trabalhos vão envolver cerca de 1.300 alunos de todas as escolas do agrupamento.
Áudio:
Declarações à Universitária por parte da organização dos projectos.
