S. Victor organiza novo debate em torno da Confiança

A Junta de Freguesia de S.Victor organiza, na noite de quinta-feira, o segundo debate em torno da defesa da antiga Fábrica Confiança. Em causa a alienação anunciada por Ricardo Rio que poderá ser aprovada em definitivo na Assembleia Municipal de Braga, agendada para dia 4 de Outubro.
Depois de um debate de onde surgiu uma petição pública contra a alienação e em que se levantarem novas vozes contra a intenção do município, a junta de freguesia pretende agora discutir o caderno de encargos elaborado pelo vereador do Urbanismo. Ricardo Silva, presidente de S. Victor, afirma que “é preciso reunir ideias para perceber se o caderno de encargos salvaguarda ou não a memória do património industrial” deste imóvel situado na Rua Nova de Santa Cruz. Para aprofundar a questão, a junta de freguesia de S. Victor convidou para o painel o professor José Lopes Cordeiro, especialista na arqueoloia industrial, Manuel Malheiro, da APRUPP, e José António Lameiras, urbanista.
Ricardo Silva sublinha que com este debate pretende-se “ouvir o contributo de especialistas e da sociedade”, reconhecendo que a junta de freguesia de S. Victor “por insuficiências que tem, não conseguirá sozinha responder se o caderno de encargos é o que melhor salvaguarda o património industrial”.
Ainda assim, o presidente da Junta de S. Victor admite que um caderno de encargos que se resume a três fachadas, à volumetria e a uma sala com 500 m2 pode ter uma leitura “pouco ambiciosa”. “Se nós prevíamos que todo aquele edifício seria um edifício vertido a um espaço cultural e estar a reduzi-lo a um espaço museológico em que não se sabe muito bem o conteúdo programático”, avisou, “é preciso ver porque em 500 m2 não cabe muita informação”.
O movimento contra o município de Braga nesta matéria está a crescer. Ricardo Silva admite que estes debates servem também para consciencializar a população, mas também a autarquia de Braga que está decidida a vender a antiga fábrica que comprou, através de expropriação, antes de 2013. “Temos um compromisso subscrito com a freguesia, mas isto é algo que deve abraçar toda a cidade”, defendeu, lembrando o número significativo de assinaturas da petição lançada no final do primeiro debate, mas também “contributos que chegam por mensagem e por e-mail”. Atitudes que dão “motivação e coragem para continuar”, acrescentou.
Recorde-se que a venda da Confiança vai depender do resultado da votação em sede de Assembleia Municipal que está agendada para 4 de Outubro. Na reunião do executivo municipal a proposta foi aprovada com cinco votos a favor e quatro votos contra.
Áudio:
Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia, a propósito do debate agendado para esta quinta-feira
