Solidariedade, a palavra que marca estudantes de Coimbra

A inauguração da exposição “Os papéis da/na Crise de Coimbra 1969”, de Henrique Barreto Nunes marcou o arranque das celebrações, em Braga, dos 50 Anos da Crise Académica de Coimbra.

Até ao final do mês de Abril, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, vão estar expostos documentos, fotografias, comunicados e cartazes que evocam as circunstâncias em que a referida crise ocorreu e que foram recolhidos por Henrique Barreto Nunes, bracarense que em 69 estudava precisamente em Coimbra.

Aos jornalistas, o bracarense explicou que há 50 anos a circulação do papel era “essencial” para a difusão de “informação, para mobilizar, dar ânimo, para dar pretexto de debate”. Nesta exposição constam comunicados da Associação Académica de Coimbra, boletins produzidos nas diversas faculdades, textos, nomeadamente, a Universidade de Lisboa a demonstrar solidariedade com a acção de Coimbra, “portanto estão aqui os momentos culminantes da crise, disse o autor na apresentação da exposição esta quinta-feira à tarde.

Henrique Barreto Nunes destaca alguns núcleos que, na sua opinião, “completam a mostra, mais propriamente as caricaturas e os desenhos humorísticos que marcaram muito” a crise, recortes da comunicação social que era sujeita à censura, mas também uma carta aberta aos democratas de Braga dirigida ao Presidente de Conselho de Ministros a expôr a situação e a demonstrar apoio à situação dos estudantes, uma carta dos pais de Braga a pedir uma segunda fase dos exames e, por fim, um texto para discussão, da autoria de Victor Sá.

Alguns dos documentos expostos

“A palavra que melhor descreve os estudantes de Coimbra é ‘solidariedade'”

Para Henrique Barreto Nunes a palavra que descreve os estudantes de Coimbra naquela altura é ‘solidariedade’, porque os alunos mostraram-se solidários para com os dirigentes das associações num processo muito tortuoso”, recorda.

“Há dois momentos muito bonitos, quando foi decretada greve aos exames. No primeiro dia Coimbra aparece sitiada pelas várias forças policiais e em resposta, os estudantes circularam pelo centro da cidade a distribuirem flores”, lembrou. “Depois temos a operação balão em que os alunos foram para o centro com balões brancos que continham pequenos dísticos a contar a nossa história, foram posteriormente lançados para o céu num símbolo de liberdade”, conta.

A exposição, de acesso gratuito, estará patente na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva até final deste mês.

Áudio:

Henrique Barreto Nunes, autor da exposição, em declarações.

Redação
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