Trabalhadores do têxtil exigem revisão do contrato colectivo

Os trabalhadores do sector têxtil continuam a exigir um contrato colectivo de trabalho “justo”. Queixam-se de estar há uma década sem aumentos e hoje uniram-se em Famalicão, concelho com uma forte presença da indústria têxtil, para repetir em voz alta as principais reivindicações.
A revisão do contrato colectivo de trabalho é uma das preocupações centrais da Federação dos sindicatos dos trabalhadores têxteis, lanifícios, vestuário, calçado e peles – FESETE – . Isabel Tavares, dirigente sindical acusa a associação patronal de “recusar há uma década negociar um contrato colectivo justo e equilibrado, apresentando um roubo dos direitos que é inaceitável”.
Na generalidade, avisa a sindicalista, nas empresas do sector “os trabalhadores da produção e dos quadros intermédios ganham o salário minimo nacional e estão há uma década sem aumentos e sem evolução salarial”. Recordando que se trata de um sector com resultados “muito positivos”, como vem confirmando o próprio patronato, Isabel Tavares lamenta que as empresas continuem a “tentar aumentar a exploração destes trabalhadores”.
O sindicato refere que se trata de “falta de vontade” e exige que seja colocado “um ponto final à exploração”.
Ao inicio da tarde de hoje, o sindicato reuniu com o presidente da autarquia de Famalicão para fazer o ponto de situação e deixar um pedido. Isabel Tavares diz que Paulo Cunha reconhece que “o sector está bem” e que defende que “é preciso fazer um caminho de melhoramento das condições de trabalho e dos salários deste sector”. Os sindicatos aproveitaram o momento para apelar ao município de Famalicão que utilize “os mecanismos que podem ajudar a evoluir o posicionamento desta associação patronal”.
Arménio Carlos presente no protesto
Uma acção de protesto que contou com o secretário geral da CGTP. Arménio Carlos afirma que o problema do sector está na associação patronal que está “focada apenas em acumular lucros”. “Aqui não há dúvidas. Antigamente diziam que era a recessão, depois diziam que era a estagnação, alguns agora até falam em desaceleração, mas uma coisa é certa, neste sector os lucros sobem, sobem sobem como o balão subiu no festival da canção e é por isso que dizemos que se há lucros de milhões para eles, tem de haver uma outra distribuição pelos trabalhadores”, falava o sindicalista aos trabalhadores que se mobilizaram para este protesto.
*Com Liliana Oliveira
Áudio:
Isabel Tavares (FESETE) e Arménio Carlos (CGTP)
