“Tratam medicamentos como peças de automóveis” – TEM

A Associação Todos com Esclerose Múltipla acusa, mais uma vez, o Hospital de Braga de racionamento de medicamentos para doentes com esta patologia. Segundo esta associação, já não é a primeira vez que o hospital bracarense chega ao terceiro trimestre e fornece apenas medicamentos suficientes para 14 dias.

Com este tipo de distribuição dos medicamentos Paulo Alexandre Pereira, Presidente da Associação Todos com Esclerose Múltipla, destacou dois problemas. Um deles é o facto de “obrigar” os doentes ou os seus familiares a regressarem ao hospital para levantarem medicamentos para o resto do mês, resultando na perda de meio dia de trabalho em muitos dos casos. A segunda questão é que na divisão das doses “existe um problema de registo” nos lotes, denuncia. 

O associado refere ainda que o Hospital de Braga utiliza uma política denominada “Just in time”, ou seja, adquire os medicamentos em cada momento que necessite. Paulo Alexandre Pereira considera que o método revela que “tratam” os medicamentos como se fossem “peças de automóveis” e que o facto de existir um alegado problema de transporte de medicamentos identifica uma “falha na gestão” daquela unidade de saúde.

“Chamamos a atenção à Ministra da Saúde, aos respectivos Secretários de Estado da Saúde e aos deputados da Assembleia da República, porque o Hospital quando entende, que é sempre no último trimestre do ano, raciona os medicamentos aos doentes de Esclerose Múltipla e a outros doentes de outras áreas que não posso mencionar”, acrescentou.

A RUM confrontou o Hospital de Braga. Fonte da unidade de saúde respondeu que o Hospital de Braga “não está a racionar medicamentos”, acrescentando que esta situação “foi pontual” e que o resto da medicação pode ser levantada na farmácia de ambulatório.