UM garante 100ME para projecto pioneiro no AvePark

É um projecto pioneiro no país e que vai colocar Portugal no centro do Mundo na área da investigação em medicina regenerativa e de precisão. Com a Universidade do Minho à cabeça, cinco instituições de ensino superior portuguesas (Minho, Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa) e a University College London unem-se num projecto – projecto TEAMING – que vai resultar na criação de um novo centro de investigação de excelência que terá vários campi, mas que assenta a sua sede no AvePark, o Parque de Ciência e Tecnologia das Caldas das Taipas, em Guimarães.
De entre mais de 170 projectos, este, à semelhança de outros nove na Europa, vai receber financiamento da Comissão Europeia. Investimentos que resultam, por si só, numa solução para o AvePark. “Toda a base do centro funcionará no AvePark. Haverá depois um pólo no Porto, Aveiro, em Lisboa e em Londres. Temos um cocktail muito bem preparado para desenvolver esta área a nível internacional e para fazer de Portugal ainda mais competitivo na área com um dos melhores centros do Mundo na área”, explicou o vice-reitor da Universidade do Minho, Rui Reis, também ele responsável pelo grupo 3B’s.
“Haverá a construção de um novo edifício, o Instituto Cidade de Guimarães de materiais biomédicos avançados e os dois edifícios constituirão uma hub, uma plataforma de investigação, do melhor da Europa nesta área, onde poderemos para lá atrair grande parte do talento internacional, fazer investigadores portugueses regressarem e contratar pessoas de todo o Mundo”. Rui Reis refere que este centro tem na base a “investigação translacional”, ou seja, a forma como se vai tentar passar mais rapidamente o que desenvolve no laboratório para a área clínica.
O centro “The Discoveries Centre for Regenerative and Precision Medicine” vai permitir aprofundar os estudos, com métodos inovadores, a serem aplicados na prevenção e no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neuro-degenerativas e cardiovasculares. “Este centro tem a possibilidade de, muito rapidamente, se tornar o maior centro de investigação em Portugal”, assumiu Rui Reis que explica que o mesmo “para além do financiamento de Bruxelas, terá financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), da Comissão de Coordenação da Região Norte, Região Centro, Região de Lisboa e Vale do Tejo, mais os financiamentos que serão conseguidos em concurso aberto”.
Rui Reis não tem dúvidas: “Poderemos conseguir aqui algo único e que será estruturante para a ciência portuguesa”.
Para o futuro está já a ser trabalhada uma solução estrutural a desenhar. E uma organização sem fins lucrativos está na calha para dar seguimento a este projecto pioneiro. “Este centro vai ter de ser independente, ter personalidade jurídica própria. Terá que ser criado um mecanismo que permita contratar investigadores, fazer a gestão do centro e da propriedade intelectual gerada. Será algo do género de uma associação sem fins lucrativos em que participarão todas as universidades mais a University College London”, admitiu o vice-reitor.
O projecto está planeado a sete anos para que nesse período seja auto sustentável. Está ainda previsto que, ao contrário do que é habitual e dada a relevância destas candidaturas aprovadas no panorama da ciência europeia, os contratos destes projetos sejam assinados numa cerimónia pública, a decorrer em Bruxelas em fevereiro de 2017.
