UMinho assinala 50 anos da crise académica de Coimbra

Braga vai recordar, ao longo deste mês de Abril, os 50 da Crise Académica de Coimbra. A organização está a cargo da Universidade do Minho (UMinho), em parceria com a Civitas Braga, a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e a Fundação Bracara Augusta.


Os convívios são os momentos centrais do programa que conta também com exposições e concertos. As primeiras iniciativas decorrem já esta quinta-feira à tarde com uma exposição na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e o primeiro convívio, no Salão Nobre da Reitoria da UMinho, no Largo do Paço.

“A crise académica foi um momento importante, percursor do que viria a ser depois a revolução de Abril”, começa por explicar à RUM Maria Micaela Ramon que afirma que é “importante recordar as condições que há cinquenta anos justificaram esta crise académica”. Uma recuperação do passado que servirá também para “pensar no momento actual e no próprio papel da universidade do ponto de vista prospectivo para aquilo que ela hoje representa e que se pretende que represente no futuro”, sublinha.

No ano de 1969, na “cidade dos estudantes”, o presidente da Associação Académica de Coimbra, Alberto Martins, pediu a palavra aquando da inauguração do edifício das Matemáticas. “Um acto inesperado, um acto de rebeldia, aproveitado pelos estudantes para colocar em causa a antiga universidade e reivindicarem uma alteração naquilo que eram as condições do Ensino Superior em Portugal na altura, que eram também condições da juventude face aos diversos cenários em que se moviam em contexto de ditadura”, resume a docente.

Pelas tertúlias passarão protagonistas, especialistas, historiadores, antigos estudantes e dirigentes académicos, mas também jornalistas.

Exposição e convívio marcam arranque das comemorações


Henrique Barreto Nunes é o primeiro protagonista. Pelas 15h30 desta quinta-feira será inaugurada a exposição comemorativa, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, com o título “Os papéis na crise de Coimbra”, patente naquele espaço até final deste mês. O antigo estudante de Coimbra reuniu “documentos, fotografias, comunicados e cartazes” que evocam as circunstâncias em que a referida crise ocorreu.

Mais tarde, pelas 17h15, vários dos protagonistas da Crise Académica de Coimbra reúnem-se para a primeira tertúlia/debate, no Salão Nobre da reitoria da UMinho, no Largo do Paço. “A voz aos antigos estudantes de Coimbra” conta com alguns bracarenses ou residentes em Braga que em 1969 estudavam em Coimbra.  Um momento para “recordar as motivações e as consequências da crise académica”.

O dia 12 de Abril vai ser marcado pelo recital “Notícias do Bloqueio”, a cargo do Sindicato de Poesia, a partir das 21h15, no Museu Nogueira da Silva.

“Convívio – A Voz a Atores da Crise de 1969” será o momento de conversa a 13 de Abril, pelas 21h15, no Salão Nobre da UMinho. Presentes estarão Alberto Martins, Celso Cruzeiro e Rui Namorado, membros da AAC que estão na origem da crise académica. Destaque, na parte final, com o grupo musical “Presença de Coimbra”. 

No dia 16 de Abril há nova conversa, desta feita dando “A voz a historiadores, sociólogos e jornalistas”, às 21h15, na BLCS. Sem os protagonistas da crise, o encontro reúne “pessoas que, não tendo feito parte, se debruçam sobre a interpretação do fenómeno, do ponto de vista histórico, sociológico e da cobertura jornalística”, explica ainda a docente da UMinho.

No dia seguinte, a BLCS acolhe às 18h00 a apresentação do álbum “A Crise Académica de Coimbra de 1969 – Uma reportagem fotográfica”, de José A. Veloso.

Debate questiona a universidade do presente a 23 de Abril


A 23 de Abril, pelas 21h15 no salão nobre da reitoria realiza-se o debate principal das comemorações. Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho, Nuno Reis, presidente da Associação Académica da UMinho (AAUM), Licínio Lima e Wladimir Brito, docentes da UMinho, Cacilda Moura e Carlos Videira, ex-presidentes da AAUM, Armando Leal, do Centro de Estudantes de Administração Pública da UMinho, Delfina Fernandes, da Associação de Estudantes de Psicologia da UMinho e Francisco Costa, do Centro de Estudantes de Engenharia Informática da UMinho vão debater “Que universidade queriam os estudantes, que universidade têm hoje”. 

No dia em que se comemora 50 anos da Assembleia Magna que decidiu a greve de exames, a 28 de maio, o programa conta com um momento musical a cargo do grupo Canto D’Aqui, a partir das 21h30, em local ainda a designar.

Áudio:

Maria Micaela Ramon, docente da UMinho explica motivações do programa que conta com diferentes momentos ao longo do mês

Elsa Moura
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