UMinho mais perto de tratamento para Alzheimer

Em quatro anos de estudos, um grupo de seis investigadores da Universidade do Minho e da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, deram um passo fulcral na investigação para o tratamento da doença de Alzheimer.
De acordo com a investigadora Francisca Vaz Bravo, a retirada da enzima phopholipase D em pacientes com esta patologia desenvolve um efeito protector, prolongando o tempo de vida e melhorando alguns dos défices provocados pela doença. Os investigadores realizaram ensaios clínicos em ratos de laboratório, no entanto a novidade neste estudo passa pela utilização de C.elegans, um nemátodo utilizado para investigação científica. “Fizémos um ensaio de sobrevivência e vimos que quando não temos esta enzima no modelo de C.elegans com Alzheimer esta vivia um pouco mais que outra com a mesma patologia”, refere.
A enzima phospholipase D pertence ao grupo de phospholipases que modulam os lípidos de sinalização do nosso cérebro que é constituído, em mais de 50%, por lípidos. Daí que juntamente com estudos anteriores se associe a desregulação destas vias lipídicas a doenças neurodegenerativas.
“O que reparamos foi que quando retiramos esta enzima, tanto nos C.elengans como no modelo animal de ratinho, tivemos a confirmação de que era protector porque em vários testes em que essa enzima estava presente havia um comportamento pior do que quando esta não estava presente”, acrescenta a investigadora da academia minhota.
Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports do grupo Nature. Para a investigadora da UMinho esta é uma conquista “importante” porque “divulga o trabalho que é desenvolvido na academia e abre portas para possíveis financiamentos”.
Áudio:
Declarações da investigadora da Universidade do Minho, Francisca Vaz Bravo.
