1 milhão de euros para investigar complicações pulmonares

Um milhão de euros. É este o valor que a equipa liderada por Agostinho Carvalho, investigador da Universidade do Minho (UMinho), vai receber para investigar a doença pulmonar obstrutiva crónica.
Esta equipa foi distinguida com uma bolsa atribuída no primeiro concurso da “Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica, i4b”, promovido pela Fundação “la Caixa” a pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Assim sendo, estes investigadores pretendem identificar novos biomarcadores que mostrem a suscetibilidade das pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica para desenvolverem uma reação alérgica ao fungo Aspergillus, que existe no ar que respiramos.
O objectivo deste trabalho é desenvolver novas estratégias de tratamento definidas e aplicadas consoante o perfil de cada doente. Agostinho Carvalho explicou à RUM que a terapia antifúngica existente “não é adequada”, já que não consegue curar este tipo de infeções. “Queremos fazer uma caracterização sistemática de vários processos genéticos, imunológicos e metabólicos destes doentes de forma a identificar perfis específicos que permitam desenhar novas abordagens de diagnóstico e de terapia personalizados que sejam mais eficazes”, afirmou.
O financiamento será aplicado no desenvolvimento deste projecto ao longo dos próximos três anos. Contudo, este trabalho já começou a ser desenvolvido há um ano atrás. Na primeira fase do trabalho, os investigadores têm caracterizado o perfil e a resposta imunológica destes doentes. A partir de agora, a equipa de Agostinho Carvalho pretende “perceber quais os mecanismos envolvidos na resposta ‘defeituosa’ dos doentes (à doença) e de que forma é possível reverter esses efeitos”.
Este concurso da Fundação “la Caixa” a da FCT teve 785 candidaturas e vinte premiados, sendo oito de Portugal, que receberam cinco milhões de euros no total. O projeto de Agostinho Carvalho conseguiu o financiamento máximo disponibilizado neste concurso por ter um caráter transdisciplinar. A doença pulmonar obstrutiva crónica afecta mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo.
Áudio:
Agostinho Carvalho, investigador do ICVS, fala sobre este trabalho
