CM de Braga aprova orçamento que PS considera “vergonhoso”

A Câmara Municipal de Braga aprovou, ao final da tarde desta quarta-feira, o orçamento de 120 milhões de euros para o ano de 2019. O orçamento contou com os votos contra da CDU e PS.

Artur Feio, vereador socialista, até considerou o plano de investimentos, nomeadamente no que concerne às empresas municipais, como “vergonhoso”. Para o deputado rosa há claramente um desinvestimento.

“Queremos fazer um trabalho sério, mas as 380 páginas que recebemos do orçamento parece que não são verdadeiras, por isso não conseguimos fazer o trabalho que os bracarenses esperam de nós. Do ponto de vista que é a acção política é um investimento de grande desinvestimento, especialmente em áreas como o desporto onde se reduz 57% do orçamento”, referiu o vereador de oposição.

Para Artur Feio há “claramente uma falta de verbas no município” e até chegou a dizer que “a Câmara tem que desinvestir nas festas, festinhas e festarolas”, manifestando-se preocupado com a redução de verba para as freguesias. “De uma forma transversal é um orçamento igual, em termos de números, em relação ao ano passado, há um desinvestimento fortíssimo em áreas importantes. Há um desinvestimento de 50%, relativamente ao ano passado nas freguesias”, disse Artur Feio.

Já Carlos Almeida, vereador da CDU, destaca o “corte significativo” no Plano de Investimentos, que abrange várias áreas que na sua opinião “são fundamentais” para o desenvolvimento da cidade. 

Segundo o vereador, as áreas da educação e do ordenamento do território não deveriam ter recebido cortes nos seus fundos. Relativamente à cultura, Carlos Almeida diz que é “risório” o executivo cortar fundos da actividade cultural, visto que, planeia ser a Capital Europeia da Cultura em 2027. 

“No plano das receitas do município, esta maioria continua a sobrecarregar as familias bracarenses com uma carga de impostos extramamente pesada, com um impacto muito negativo nos agregados familiares”, acrescentou . 

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, refuta esta visão e explica, no caso, a questão do orçamento para as freguesias. “Na verdade, o orçamento vai ter um reforço. Por razões de procedimentos contabilísticos os empréstimos não podem ser ainda contabilizados, logo essas rubricas estão suborçamentadas face ao que vai ser o seu valor real. Logo que os empréstimos estiverem contractualizados, o investimento vai aumentar nas freguesias no ano de 2019”, afirmou Ricardo Rio.

Na opinião do autarca da coligação Juntos por Braga, este é um bom Orçamento. “É um orçamento que consolida uma estratégia que tem vindo a ser desenvolvida de capacitação da cidade. Reforça algumas área temáticas, que é o caso das intervenções no Mercado Municipal, São Geraldo, na área da mobilidade, que é o grosso, de um modo geral, onde os recursos vão ser alocados no próximo ano”, frisou o edil.