Braga aguarda título de cidade criativa da UNESCO

Braga já submeteu a sua candidatura a Cidade Criativa da UNESCO, na categoria Media Arts. Este é um projecto que pretende aprofundar o cruzamento entre arte e tecnologia numa cidade que deve continuar a apostar em várias valências que tenham em conta estes domínios.
Investigação, criatividade, cultura, juventude e artes devem estar ligados num objectivo só, considerou, aos microfones da RUM, Cláudia Leite, responsável pela candidatura da cidade, que frisou que a “candidatura tem por base o cruzamento de várias áreas em que Braga tem dado cartas”.
A responsável considerou que as áreas “estavam muito desagregradas”, afirmando que as mesmas “devem trabalhar de forma conjunta para se potenciar por si e catapultarem a imagem da cidade ao nível nacional e, também, no exterior”.
Cláudia Leite não tem dúvidas de que esta candidatura vai potenciar, ainda mais, uma vontade de trabalhar estas áreas na cidade, uma vez que “há uma consciência cada vez maior dos agentes envolvidos”. “Há uma vontade maior de investir nestas áreas, seja nos projectos já existentes, seja através da formação dos públicos mais jovens”, considerou.
Esta é uma candidatura que se assume multidisciplinar e que envolve vários agentes da cidade. Cláudia Leite destacou “os cursos das universidades que trabalham na cidade, os laboratórios de investigação, o INL, as várias empresas da cidade que trabalham estas áreas” que se assumem “como motor de crescimento da cidade”.
Recorde-se que esta iniciativa contou com o apoio e trabalho altivo do cluster tecnológico de Braga, reunido num Conselho Consultivo, constituído por empresas de tecnologia, estúdios de comunicação digital, laboratórios e centros de investigação na área da robótica, jogos, multimédia e media arts e instituições do município e, igualmente, artistas, entidades e associações culturais e instituições do sistema de ensino e representantes de entidades regionais e nacionais numa união de esforços que se prolongará no tempo e em rede.
O plano de acção que define e orienta a candidatura prevê um conjunto de medidas e projectos que serão postos em prática aquando da designação pela UNESCO, nomeadamente a criação de um Media Arts Centre. Serão igualmente criadas plataformas de circulação e partilha de conhecimento entre investigadores e projectos através da atribuição de bolsas e promoção de estadias de curta e longa duração e ainda um programa internacional de intercâmbio para novos ou actuais empreendedores no domínio das artes e tecnologias digitais.
Até ao final de Outubro Braga ficará a saber será nomeada como Cidade Criativa da UNESCO em Media Arts. Este título vai permitir que a cidade partilhe experiências e boas práticas, incentivando parcerias, co-criações e networking com os restantes membros internacionais. Da rede de cidades criativas da UNESCO fazem parte 116 cidades, sendo que apenas 9 cidades fazem integram a lista no âmbito das Media Arts.
O que é a Rede de Cidades Criativas?
A Rede de Cidades Criativas da UNESCO (UCCN) foi criada em 2004 para fortalecer a cooperação entre cidades que consideram a criatividade um factor estratégico de desenvolvimento urbano sustentável com impacto social, cultural e económico.
O principal objectivo desta iniciativa é colocar o sector cultural e criativo no centro do planeamento estratégico das cidades, ao mesmo tempo em que promove uma colaboração activa entre as cidades membro da rede.
Actualmente conta com 116 cidades de 54 países, em sete domínios criativos: Artesanato, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Música e Media Arts.
Braga é candidata no domínio das Media Arts, onde já estão integradas nove cidades criativas: York (Reino Unido, 2014), Linz (Áustria, 2014), Enghien-Les-Bains (França, 2013), Lyon (França, 2008), Austin (EUA, 2015), Dakar (Senegal, 2014), Tel Aviv (Israel, 2014), Gwangju (Coreia do Sul, 2014) e Sapporo (Japão, 2013).
