Braga fez hoje funeral à Justiça

Esta quarta-feira, os funcionários judiciais voltaram à greve no Tribunal de Braga. Paralisaram hoje de manhã todos os tribunais do distrito de Braga para realizar o “funeral” à Justiça.
Com um caixão na praça do tribunal, exigiram atenção por parte da tutela e reivindicaram compensações e actualizações de salários. Pedem “Justiça para quem nela trabalha”.
Mais de 350 funcionários judiciais quiseram mostrar a insatisfação que reina naquela classe, que desde o início do mês realizam sucessivas paralisações.
O coordenador regional do Porto do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), Manuel Sousa, disse esta manhã, à porta do Tribunal de Braga, que o funeral à Justiça é “um grito de alerta”. “Os colegas de Braga quiseram manifestar este desagrado com uma morte à justiça que está moribunda. É o funeral à justiça aqui em Braga. Nós temos esperança que o Ministério da Justiça tenha alguma abertura, boa vontade e que nos ouça com realidade e objetividade”, frisa Manuel Sousa.
O delgado sindical afirma ainda que os tribunais estão praticamente parados. “Naturalmente que há serviços mínimos, mas tudo o resto foi adiado. Estive na entrada no tribunal e vi muita gente a ir embora. A maioria das diligências prevista não se realizaram”, destacou.
Os manifestantes depositaram um caixão à porta do Tribunal de Braga, na Praça de Justiça, onde realizaram um cortejo fúnebre com choro e gritos.
A iniciativa partiu dos funcionários judiciais do Tribunal de Braga e o delegado local do SFJ, José Torres, recorda a reivindicações, mas acima de tudo destaca que os funcionários judiciais querem “dignidade”. “Não nos podemos esquecer que a Justiça é o pilar da democracia”, apontou.
Estatuto profissional, tabela remuneratória, ingresso na carreira, promoções e regime de aposentação são algumas das reivindicações. A greve foi de 100% e houve tribunais que encerram portas.
Ainda assim, trata-se de uma greve a tempo parcial, à semelhança do que acontece noutros pontos do país, e que por isso acontece apenas a determinadas horas do dia. No caso da manhã a paralisão decorreu entre as 9h00 e as 11h00.
Áudio:
O coordenador regional do Porto do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), Manuel Sousa, diz que a greve de hoje “é um grito de alerta”
