Centro histórico de Braga transforma-se em palco artístico

No dia 1 de Abril, alguns dos espaços do centro histórico bracarense misturam-se com uma criação artística que envolve música e dança.
O projeto [con]centr°ação, que nasceu em 2013 como incentivo à revitalização do centro histórico e do património arquitetónico, urbanístico e paisagístico, volta às ruas da cidade de Braga para dinamizar o centro histórico. D
esta feita, o público é convidado a acompanhar esta criação artística entre a Arcada e a Igreja de Santa Cruz.
Gisela Faria, directora artística deste espectáculo, explicou que este projecto continua a querer levar o público até aos diversos espaços arqutectónicos da cidade. “Pretendemos promover uma maior frequência e permanência nos espaços patrimoniais por parte dos cidadãos e de novos públicos da cidade”, disse.
O espectáculo, intitulado “Ínsula”, trabalha a temática do “Homem enquanto ser social” mas também enquanto figura solitária e insegura para viver em sociedade. Gisela Faria explica que este espectáculo “inspira-se na geografia como conceito de pequena ilha e na anatomia como pertencente ao sistema límbico e por coordenar as emoções”. “Vamos tratar a “Ínsula” de forma personificada através do Homem como ser social, não só porque depende de outros para viver, mas também porque esses outros interferem e influenciam a sua forma de pensar, conviver e interagir num determinado tempo e espaço; o Homem que é débil para existir sozinho, mas inseguro para viver em sociedade”, afirma.
Mais uma vez, o projecto [con]centr°ação propõe um espectáculo onde o espectador está envolvido directamente com o trabalho dos actores porque “não há uma linha que separe o público dos artistas”. “Pretendemos que essa relação seja fluída porque não trabalhamos em palco. O nosso cenário é adaptado aos edifícios, às respectivas fachadas e aos pavimentos”, disse Gisela Faria.
“Ínsula” parte do livro “Devotions Upon Emergent Occasions”, 1624 de John Donne, e da composição musical “Via Crucis” de Franz Liszt. Joana Domingues, a coreógrafa responsável pelo espectáculo, explicou que tudo começou a ser preparado há um ano. Aos jornalistas disse que este trabalho conta apenas com um bailarino “porque o escritor do texto era um Homem e estava sozinho e, por isso, achamos que esta seria a melhor maneira de representar a personagem e a ideia que quis transmitir”.
Desta vez, o espectáculo, que terá uma duração aproximada de 45 minutos, começará na Arcada e termina na Igreja de S. Marcos. “O bailarino estará nas janelas da Igreja da Lapa. Depois de feito o primeiro discurso, o bailarino (Matias Moura) desce e mistura-se com as pessoas. De seguida conduz os espectadores até à Igreja de Santa Cruz, onde acontecerá a parte final do espectáculo”, explicou Joana Domingues.
A composição musical original é da autoria de Pedro Junqueira Maia e a interpretação da música fica a cargo de Daniel e Nuno Aroso. A participação é gratuita e este trabalho pode ser visto a partir das 22h00.
