Estudantes querem mais compromissos do governo

Viana do Castelo recebeu, no último fim-de-semana, mais uma edição do ENDA, o Encontro Nacional de Dirigentes Associativos, onde foram debatidos diversos temas de interesse para a comunidade académica. Depois de dois dias de discussão, os estudantes universitários exigem do governo um maior compromisso no combate ao desemprego jovem.
Bruno Alcaide esteve a representar os alunos da academia minhota e disse à RUM que a opinião foi unânime: os alunos universitários querem que o governo avance com a criação de um Plano Nacional de combate ao Desemprego Jovem “que tenha representação por parte das Federações e Associações Académicas”. “Dessa forma poderíamos acompanhar os trabalhos e até avançar com novas ideias para a construção de um modelo de trabalho”, disse.
No ENDA, os dirigentes associativos do país decidiram, ainda, pedir ao governo um estudo anual sobre os números do abandono escolar. Bruno Alcaide explicou que “já existe uma resolução da Assembleia da República que prevê a apresentação desse mesmo estudo, algo que não tem acontecido” mas queeste trabalho é importante porque permitirá “fazer um acompanhamento dos casos de risco e evitar este tipo de situações no futuro”.
A criação de um Estatuto de Estudante Internacional CPLP, que traga “vantagens em conformidade com os acordos já firmados”, e outros mecanismos de apoio a estudantes de países de expressão portuguesa estão igualmente entre as propostas aprovadas em Viana do Castelo no passado fim-de-semana. “É importante que seja facilitada a vinda desses estudantes para o nosso país, nomeadamente no processo de atribuição dos vistos, e que sejam atribuídos apoios indiretos a esses estudantes porque, na grande maioria, vêm para Portugal com bolsas atribuídas pelos países de origem que chegam com grandes atrasos, o que torna a sua subsistência bastante difícil”, acrescentou Bruno Alcaide.
No âmbito fiscal, os estudantes pretendem o aumento do limite de dedução à coleta de despesas de educação e formação para 1.200 euros e o aumento do limite total de deduções à coleta em 400 euros por escalão. Os estudantes sugerem também que as associações estudantis possam receber 0,5% do IRS, “como já acontece com outras organizações de cariz religioso, pessoas coletivas de utilidade pública, IPSS e organizações não-governamentais do ambiente”.
