“O Deserto de Medeia” chega para alertar consciências

Estreia hoje, na Casa das Artes de Famalicão, o espectáculo “O Deserto de Medeia”. Um trabalho desenvolvido pela encenadora Luísa Pinto ao longo dos últimos três anos e que a aborda “uma temática transversal a todos os séculos” e que obriga os espectadores a uma reflexão sobre o Filicídio: pais que matam os seus filhos.
Ao longo da peça, dividida em dois actos, as histórias interpretadas pelos actores Margarida Carvalho e João Melo também vão contando com a narração de diversos casos de Filicídio que foram acontecendo ao longo dos últimos anos em Portugal. Uma peça que chega para “desassossegar o público” e para “alertar consciências” para esta esta problemática que continua a encher páginas de jornais. “É preciso saber olhar para estas mulheres, mas sem julgamentos”, disse Luísa Pinto.
Os músicos Rui David e Paulo Alexandre Jorge estão em palco a musicar ao vivo este drama que foi inspirado por uma das obras mais emblemáticas do poeta grego Eurípedes, que conta a história de Medeia, uma mulher que mata os seus filhos para se vingar do marido que a abandonou.
Em palco, os protagonistas são “ladeados” pelos alunos do 2º ano da ACE – Famalicão Escola de Artes. Luísa Pinto contou à RUM que os primeiros dias de trabalho foram “bastante sensíveis”, porque é uma “temática fortíssima” que aborda uma história “muito dura repleta de jogos de poder”. Ainda assim, a encenadora garantiu que “é importante que os jovens comecem a reflectir desde cedo nestes assuntos dos relacionamentos sociais e emocionais porque é nestas idades que surgem diversos casos de violência no namoro”. “Queremos que sejam adultos de corpo inteiro, fortes, inteligentes e mais sensíveis para estas temáticas”, acrescentou.
Para ver entre hoje e sábado, sempre às 21h30. Os bilhetes custam 6 euros, ou metade para quem tem Cartão Quadrilátero. “O Deserto de Medeia” é uma coprodução Narrativensaio-AC, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão e ACE – Famalicão Escola de Artes.
Áudio:
Luísa Pinto, a encenadora do espectáculo, falou com a RUM sobre esta temática
