UMinho: investigadores ajudam à compreensão do autismo

Cinco investigadores da Universidade do Minho (UMinho) estão a estudar se o autismo é influenciado por alterações na parte sensorial do cérebro, impedindo a interação social e com o ambiente. Patrícia Monteiro lidera a equipa que tem focado o trabalho num gene em particular, o Shank3 (que representa 1% dos casos em todo o mundo).

Por enquanto, estes cinco investigadores descobriram que é possível reverter alguns comportamentos ligados ao autismo na idade adulta. Patrícia Monteiro contou à RUM que “quando é feita a correção deste gene numa fase adulta é possível, por exemplo, resolver os problemas de interacção social e as estereotapias (comportamentos repetitivos)”.

No entanto, estes investigadores verificaram que, numa fase adulta, não é possível reverter os comportamentos de ansiedade e de coordenação motora. “Se fosse feita uma intervenção numa fase mais precoce seria possível reverter a totalidade dos comportamentos”, disse Patrícia Monteiro.


UMinho dá “pequenos passos” na compreensão do Autismo

Este estudo pretende perceber os circuitos neuronais por detrás dos comportamentos associados a este distúrbio, que afeta 70 milhões de pessoas no mundo e uma em cada mil crianças em Portugal. Patrícia Monteiro explicou que, na próxima fase deste estudo, a sua equipa vai tentar descodificar, a nível do processamento cerebral, como é que os autistas interpretam os sinais sensoriais e de que forma é que pode ser feita a alteração desse processamento.

Para tal, os cientistas da UMinho vão avaliar o registo cerebral de ratos modelo de autismo, nomeadamente na zona do córtex sensorial, que está ligada aos estímulos auditivos, visuais e tácteis. Patrícia Monteiro disse à RUM que o objectivo é que estas conclusões possam ser aplicadas noutras áreas de estudo do autismo. “Embora estas experiências não tenham para já aplicação direta nos humanos, ajudam-nos a compreender o conjunto de alterações biológicas potencialmente subjacentes às perturbações do espectro do autismo, em que vários aspectos do desenvolvimento da criança são afectados e permanecem na vida adulta”, acrescentou.

Áudio:

A investigadora Patrícia Monteiro fala sobre o estudo desenvolvido na UMinho

Pedro Andrade
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